segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Filósofos da Educação: Comenius

“Não se consegue de uma só semente produzir a mesma árvore? De um só método farei alunos capazes”.

Jan Amos Komenský ou João Amós Comenius, educador Checo, nasceu em 28 de março de 1592 na cidade Nivnitz que fica na Moravia (região da Europa Central pertencente ao Reino da Boêmia – antiga Tcheco-Eslováquia).
Filho de Martinho e Ana, também eslavos, eram cristãos adeptos dos Irmãos Morávios. Aos 12 anos de idade, Comenius perdeu seus pais e suas duas irmãs (Ludmila e Suzana), vitimados por uma peste que dizimou a cidade, tendo ficado só. Em razão disso, foi obrigado a viver em Nivnice com uns tutores rudes que lhe deram pouca atenção. Numa escola dos Irmãos Morávios aprendeu rudimentos de leitura, escrita, cálculo e catecismo – ensinamentos esses suficientes para despertar nele o desejo e prepará-lo para se tornar um grande erudito.
Em sua juventude, a escola da época era um lugar de sombria seriedade, desprovida de atrativos. Exigia dos meninos postura de adultos, exercício exacerbado da memorização, verbalismo extremo e praticava-se pedagogia da palmatória. Concluído os estudos secundários, Comenius fez opção pela carreira eclesiástica: estudou Teologia na Universidade Calvinista de Herbon, na Alemanha onde adquiriu uma boa bagagem cultural.
Como estudante apresentou duas teses de doutorado: “Problemata miscelania” e “Syloge quaestiorum controversum”, ambas alvo de elogios de seus Professores. Em busca de conhecimentos sobre astronomia e matemática transferiu-se para Heidelberg e então retornou à sua terra natal com intenção de colocar em prática os conhecimentos adquiridos.
Segundo Covello (1991), conscientes do valor de Comenius as autoridades Holandesas propõem a publicação de todas as suas obras pedagógicas, muitas das quais já bastante conhecidas no País. Na Holanda viveu feliz tendo uma vida reconfortante e sem dificuldades financeiras graças ao reconhecimento de suas qualidades e competências. No final de sua vida, dedica-se a ser um apologista da paz, defendendo a fraternidade entre os povos e os credos religiosos.
Casou-se e teve dois filhos com Madalena Vizovska. Em 1670, antes de morrer com quase 80 anos, Comenius ainda escreveu um resumo dos princípios pedagógicos que defendeu.
Segundo Covello (1991), em 1956, a Conferência Internacional da UNESCO, realizada em Nova Delhi,  deliberou a publicação das obras de Comenius e elege o filósofo como um dos primeiros propagadores das ideias que inspiram a UNESCO por ocasião de sua fundação.

Comenius escreveu mais de 200 obras, sendo as principais:

O Labirinto do mundo, (1623)
Didática Checa, (1627)
Guia da escola materna, (1630)
Porta aberta das línguas, (1631)
Didática Magna, (1631)
Novíssimo método das línguas (1647)
O mundo ilustrado (1651)
Consulta universal sobre o melhoramento dos negócios humanos (1657)
O anjo da paz (1667)
A única coisa necessária (1668).

“Se, portanto, queremos Igrejas e Estados bem ordenados e florescentes e boas administrações, primeiro que tudo ordenemos as escolas e façamo-las florescer, a fim de que sejam verdadeiras e vivas oficinas de homens e viveiros eclesiásticos, políticos e econômicos. Assim facilmente atingiremos o nosso objetivo; doutro modo, nunca o atingiremos”. (Comenius; 1966, p. 71)

REFERÊNCIAS
http://comeniusfae.wordpress.com/biografia-e-principais-obras/
http://adidatica.worprees.com/comenius-e-a-didatica-magna/
http://www.pedagogia.com.br/biografia/comenius.php

Um comentário: